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Cruzamento de dados e nova postura fiscal: o cerco digital se fecha para os contribuintes
*Por Adriana Queiroz
O avanço da digitalização no Fisco tem transformado a forma como estados e municípios monitoram as operações das empresas no Brasil. Secretarias da Fazenda estaduais e Secretarias de Finanças municipais estão intensificando o uso de sistemas de cruzamento de dados, comparando os valores recebidos via meios eletrônicos de pagamento como cartões, Pix e outras plataformas digitais com as informações declaradas pelos contribuintes em suas obrigações fiscais.
Relatórios têm apontado diferenças significativas entre o que foi efetivamente recebido e o que foi informado ao Fisco. Quando detectadas, essas divergências podem resultar em notificações, exigência de regularização imediata e, em caso de omissão, autuações com penalidades financeiras. Essa nova abordagem evidencia uma mudança definitiva: o Fisco acompanha as movimentações quase em tempo real, graças à integração entre sistemas bancários e plataformas de controle tributário.
Neste contexto, a antiga margem para informalidade se estreita rapidamente. O empresário que ainda subestima a rastreabilidade digital das operações corre riscos não apenas fiscais, mas reputacionais e estratégicos.
Mais do que evitar multas, trata-se de compreender que a conformidade tributária é parte essencial da gestão moderna, sendo uma exigência estratégica. Além disso, as mudanças exigidas hoje serão determinantes para que as empresas estejam preparadas para o novo modelo da Reforma Tributária, com tributos não cumulativos e exigência de documentação fiscal clara e íntegra em todas as etapas da cadeia.
Em um mercado cada vez mais competitivo e fiscalmente transparente, estar bem informado e assessorado deixou de ser apenas uma garantia passou a ser um diferencial competitivo real.
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